15 de mai. de 2010

Doação de ossos ao HC cai 52%

Mesmo com a queda na média mensal, banco do hospital paranaense ainda tem o maior número de doadores.
A desinformação tem prejudicado as doações ao Banco de Ossos do Hospital de Clínicas (HC), de Curitiba. Enquanto no ano passado o banco recebeu 47 doações do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso – média de 3,92 por mês –, em 2008, até 31 de julho, foram somente 13 os doadores – média mensal de 1,86, o que representa uma queda de mais de 52%.

Essa redução no número de doações se reflete também na quantidade de transplantes de ossos neste ano. Enquanto de janeiro a julho de 2007 foram feitas 98 cirurgias, nos primeiros sete meses deste ano 2008 ocorreram apenas 59. Na mesma situação está o número de transplantes de coração. Houve queda de 21% no período de janeiro a julho de 2008, se comparado com igual período do ano passado. (Veja infográfico ao lado.)
Os ossos doados podem ser usado em sua forma original ou em pó, e um doador pode fornecer pedaços de ossos para até 100 pessoas, o que explica o fato de a quantidade de transplantes ser maior do que a de doadores.


O Brasil tem hoje outros cinco bancos de ossos: um no Rio Grande do Sul, três em São Paulo e um no Rio de Janeiro. Mas, de acordo com Paulo Alencar, diretor do HC, o banco do Paraná é o que recebe mais doações. Alencar afirma que o banco, com capacidade para preparar os tecidos de 10 doadores por mês, atende à medida que chegam os pedidos, tanto de pacientes particulares como de pacientes do SUS. “Recebemos 150 ligações por dia, entre pedidos de ossos e de informações”, afirma. “Não sabemos quantos estão esperando. Calculamos que, se fôssemos receber quatro doações por mês, a espera seria de três meses aproximadamente.”

De acordo com ele, entre as causas do baixo número de doações está a desinformação sobre o procedimento de remoção dos ossos dos cadáveres. “As famílias têm medo porque se preocupam com a reconstituição do corpo”, conta. “Mas onde foram retirados os ossos são colocados tubos de plástico. Além disso, não são retirados ossos de lugares que ficam expostos, mas de pernas e braços.”

Indicações
O transplante de ossos é utilizado em casos de troca de próteses nas articulações de quadril e joelho, correção de deformações na coluna e pacientes com tumores, que antes tinham os membros amputados. Os doadores podem ser pacientes que tenham sofrido morte encefálica ou parada cardiorrespiratória.

Após ser retirado, o osso fica armazenado em um freezer a -85ºC e é feita uma série de exames para ter certeza de que o receptor não seja contaminado com bactérias, fungos ou vírus. O osso fica em quarentena por cerca de quatro semanas antes de ser reutilizado.

Audiência pública
Para discutir ações que aumentem as doações de órgãos e tecidos, foi promovida ontem audiência na Comissão de Saúde Pública da Assembléia Legislativa. Além de representantes do Banco de Ossos, participaram representantes do Banco de Válvula Cardíaca da PUC Paraná, do Banco de Olhos do HC e da Central de Transplantes do Paraná.

Durante a reunião surgiu a proposta a criação de centro cirúrgico dentro do Instituto Médico-Legal (IML), para que órgãos e tecidos possam ser retirados no dentro do próprio IML. “Os órgãos e tecidos poderiam ser retirados enquanto o corpo aguarda a autópsia”, sugeriu Gerson Tavares, presidente do banco de tecidos do Hospital das Clínicas.

Embora haja um aumento no número de doações de órgãos e tecidos de maneira geral, esse aumento não é suficiente para atender às necessidades. Segundo Hamilton Moreira, do banco de olhos do Hospital das Clínicas, esse é o caso das córneas. “Alguns anos atrás, a espera por um transplante era de dois anos. Hoje é de cerca de oito meses”, conta. Mas, apesar do aumento, as doações ainda estão abaixo do ideal. “A cada dez abordagens, uma ou duas acabam resultando na doação”, afirma.

De acordo com Tavares, para aumentar as doações, a força dos depoimentos de pessoas que tiveram transplantes na família é maior do que campanhas de conscientização.
(Fonte: jornal Gazeta do Povo - www.gazetadopovo.com.br)

2 comentários:

Ministério disse...

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Para obter material de divulgação, entre em contato com comunicacao@saude.gov.br
Atenciosamente,
Ministério da Saúde
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